Centro Mutável [Eventos & Exposições]
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Museu Nacional de Arte Contêmporanea, Lisboa
10 Mar 2022—31 Mar 2022

 

Criação de um cenário a partir da nossa jangada, que serviu de palco e auditório para a a conversa do coletivo com a Ana Catarina Miranda, coordenadora dos Rios Livres/GEOTA.
 

Dadas as questões lançadas pelos curadores, João Rolaça e Margarida Alves, em torno de “centro” que se “descentra do seu núcleo (…) geográfico ou cultural”, a nossa conversa procurou falar de uma realidade de um Tejo mais invisível, um rio de fronteira, de interior.
 

A Ana Catarina falou-nos sobre as diferentes ações do projeto dos Rios Livre, partilhando a crescente sensibilização internacional para a recuperação de rios, a maioria bloqueados por antigos açudes e barreiras que já não estão em utilização.
 

Partilhámos alguma da informação que temos vindo a recolher nas residências, em particular no Tejo Internacional. Mostrámos os desenhos do Alexandre Fonseca, antigo Guarda-Rios da região de Vila Velha de Ródão, que apelam precisamente ao não esquecimento destes territórios de interior.

 

Ver o vídeo da conversa aqui.
 

+ info:
centromutavel.com

 
NÃO É NADA É ISTO TUDO
 
Para esta nossa intervenção no jardim do MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, propomos uma viagem rio acima, ao encontro de um Tejo de fronteira, de interior.
 
Tendo em conta a localização do MNAC e a relação privilegiada da cidade de Lisboa com o estuário do Tejo, queremos com esta proposta descentralizar, partilhando um Tejo a montante, mais invisível, que tem sido desvalorizado, domesticado e poluído. Este cenário pouco animador é infelizmente real, e é consequência de um puzzle complexo de causas-efeitos que importa mapear, apresentar, discutir, para que possamos refletir em conjunto. Perante a complexidade daquilo que é a situação actual do rio Tejo, começamos então por uma pergunta aparentemente básica: o que é afinal um rio?
 
Propomos por esse motivo, subir imaginariamente esse Tejo acima na nossa jangada, pois tem sido nesta plataforma que temos observado diferentes ecossistemas ribeirinhos e conversado com pescadores, residentes locais e ativistas. Sobre esta jangada apresentaremos então um conjunto de objetos, sons e vestígios dos nossos diferentes encontros com o Tejo Internacional.
 
Apresentamos fragmentos da realidade social deste rio, das suas margens e das suas arquiteturas, procurando identificar o que nele ainda corre livre e selvagem. Importa referir, que não é de um rio “puro” que estamos a falar, mas sim um rio que é vivido e evolui, mas que tem memória, pois não se esquece das pessoas e das suas práticas.
 
Com o objetivo de expandirmos este tipo de questões para o campo da ciência e do ativismo, convidámos a Ana Catarina Miranda, coordenadora do projeto Rios Livres da GEOTA, a vir conversar connosco no dia 17 de Março às 14h30 no Jardim das Esculturas do MNAC.