Fornos de Algodres [Investigação]
SONS
Caminhada c/ o engenheiro do ambiente Pedro Faria – da montanha à foz
Caminhada c/ o engenheiro do ambiente Pedro Faria – zonas de recarga
Caminhada c/ o engenheiro do ambiente Pedro Faria – só se mata por duas razões, por amor e por água
Caminhada c/ o engenheiro do ambiente Pedro Faria – cumprir a lei
Caminhada c/ o engenheiro do ambiente Pedro Faria – água, retenção de solo, erosão
Caminhada c/ o engenheiro do ambiente Pedro Faria – recuperar o carvalhal (Paços da Serra)
Sino Igreja da Misericórdia I
Sino Igreja da Misericórdia II
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Câmara Municipal de Fornos de Algodres
Fornos de Algodres
09 Nov 2020—20 Nov 2020

 
 
Nesta residência conhecemos pessoas apaixonadas pelo lugar onde vivem e que generosamente nos guiaram pelas paisagens em redor do médio e alto Mondego. Conhecemos belíssimos ribeiros como o da Muxagata ou mais a sul na serra, o Rio Alvoco, demarcados por galerias ripícola de amieiros e salgueiros, onde pudemos avistar o melro-azul ou o guarda-rios – aves indicadoras de águas límpidas.
 
Sentimos uma energia de valorização dos modos de vida rural e da produção local, a partir de exemplos como o Lagar do Cadoiço, a queijaria Isabel Porfírio Reis, e a própria plataforma virtual O Bom Sabor da Serra que tem desempenhado um papel importante na defesa destes produtores face à pandemia.
 
O fotógrafo e guia local Luís Novo, levou-nos a caminhar pelas margens do baixo Mondego e a conhecer o vasto património histórico-arqueológico de Fornos de Algodres – as sepulturas rupestres em Vila Ruiva da Serra, Anta de Cortiçô e a da Matança, o Castro de Santiago, a Fraga da Pena, entre outros lugares mágicos.
 
Em Alvoco da Serra tivemos a companhia de Luís Antero, artista sonoro que tem desenvolvido um trabalho de recolha e documentação do património acústico de várias zonas do território nacional. Deste dia memorável com o Luís, não iremos esquecer o Viveiro do Aguincho, das suas trutas acompanhadas com feijão catarino, batata e couve, nem do tocador de harmónica que nos pôs a dançar entre os tanques de água.

 
Entrámos em contacto com as seguintes organizações: CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela (José Conde), CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (Ricardo Brandão), Rewilding Portugal (Pedro Prata), e a equipa da Estrela Geopark. Falaram-nos sobre a sua visão da montanha, em particular sobre a complexa relação entre o ser humano, os animais e o território. Das várias questões que ouvimos, destacamos a urgência em criar corredores de passagem para mamíferos como o Lobo Ibérico (gestão cinegética, biodiversidade, melhoramento do solo etc.), a recuperação dos caminhos de gado e a revitalização dos baldios.
 
Em Paços da Serra (Gouveira), passamos uma manhã com o engenheiro ambiental Pedro Faria que nos deu a conhecer a quinta da Casa Velha, pertencente ao solar da família Caldeira Cabral. Levou-nos à zona da serra, onde está a plantar Carvalho Negral para regenerar o solo e ao mesmo tempo criar uma barreira natural contra o fogo.

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