Museu do Côa
[Investigação]
+
Vale do Côa
O vale que vemos na imagem ficaria completamente coberto de água caso a barragem do Côa tivesse sido construída. Foi o primeiro caso em Portugal em que o património arqueológico pré-existente impediu a construção de uma grande infraestrutura. Para isso contribuiu também o momento político da altura, com o fim do governo de Cavaco Silva e a tomada de poder de António Guterres.
+
Nicolau de Almeida
João Nicolau de Almeida, com ligações à família Ramos Pinto proprietária da Quinta da Ervamoira, foi o enólogo que projectou a vinha desta quinta que tem características muito particulares para o mundo da enologia. Esta quinta teria ficado submersa se a barragem do Côa tivesse sido finalizada.
+
Penascosa
O sítio da Penascosa é um terraço fluvial no qual se podem visitar facilmente um grande número de grupos de gravuras rupestres.
+
Penascosa II
Os guias do parque arqueológico munem-se de vários instrumentos e técnicas para ajudar os visitantes a ler e interpretar as gravuras. Por vezes usam canas ou bastões para seguir a forma do desenho, noutras, quando a escala ou a linha da gravura é mais pequena, usam pequenas palhinhas.
+
Estaleiro da barragem do Côa
Após a paragem das obras de construção da barragem do Côa, o estaleiro e toda a infraestrutura física necessária à construção ficou no local. A ensecadeira, pequena barragem necessária para desviar a água na zona de construção do paredão, até hoje não foi removida, constituindo um obstáculo obsoleto e desnecessário para o rio Côa.
+
Muxagata
A aldeia da Muxagata é a povoação mais próxima das gravuras da ribeira de Piscos. No passado, existia aqui um núcleo de recepção aos visitantes que trazia dinamismo e actividade à aldeia, beneficiando a mesma da proximidade das gravuras.
+
Cavalo de PVC
Os elementos tipicamente representados nas gravuras do Côa eram os cervídeos, caprídeos, os auroques e os cavalos. Provavelmente estes eram os quatro animais mais desejados no período paleolítico pela quantidade de proteína e outros subprodutos que destes se poderia obter — osso e peles.
+
Angueira
Esta instalação foi trazida de uma residência no rio Angueira em Trás os Montes. Esta estrutura feita com madeiras encontradas no rio, serviu originalmente para dispor uma série de hidrofones que amplificavam o som da corrente do rio.
+
Experimentação
Um dos objectivos do coletivo Guarda Rios em 2021 foi o de poder explorar os rios da perspectiva da água. Para tal experimentámos e desenvolvemos uma série de ideias e estruturas flutuantes que pudemos testar no rio Côa.
+
Black Company
O hino e mote dos processos de contestação contra a barragem do Côa nos anos 90 era "as gravuras não sabem nadar", adaptado de uma música dos Black Company, um dos primeiros grupos de rap com muita popularidade em Portugal. Apesar de esta música estar presente no museu, não há nenhuma menção aos seus criadores.
+
I´m too sad to tell you
O protótipo de barco desdobrável "I´m too sad to tell you" em exposição no Museu do Côa. O título desta embarcação é emprestado de uma obra em filme do artista holandês Bas Jan Ader, onde o mesmo chora copiosamente sem que saibamos porquê.
+
Museu do Côa
O Museu do Côa é parte da rede de Centros de Ciência Viva. A sua vocação é a de permitir aos vários públicos aceder ao conhecimento inerente à presença pré-histórica do Homem no Vale do Côa. Neste corredor do museu, várias gravuras são magnificadas e expostas com recurso a luz negra.
+
Visita guiada à exposição
No decorrer do Fórum do Antropoceno, o coletivo Guarda Rios fez várias visitas guiadas ao museu. A intervenção do coletivo passou por dialogar com a própria colecção/ exposição do museu, dispondo objectos, plataformas flutuantes e vídeos em diferentes zonas da exposição, por vezes expandindo e trazendo para os nossos dias alguns dos temas inerentes ao próprio discurso museológico.
+
Gravura por picotagem
As técnicas de gravação principais no parque arqueológico do Côa são a picotagem e a abrasão. Na imagem um cavalo inscrito pelo método de picotagem.
+
Rasto
Rasto deixado por uma das plataformas flutuantes durante uma exploração efectuada para registo de som da corrente do rio.
+
Plataforma de som
Plataforma de madeira, bidons de fungicida usado na construção civil, tripé, gravador de som, microfone direccional e hidrofones.
+
Navegar entre gravuras
Um dos objectivos do coletivo Guarda Rios em 2021 foi o de poder explorar os rios da perspectiva da água. O rio Côa serviu para brincarmos e experimentarmos com alguns materiais e possibilidades de objectos flutuantes.
+
Ministro da Ciência e Tecnologia
Na abertura do Fórum do Antropoceno, esteve presente o ministro da ciência e tecnologia. O colectivo Guarda Rios fez uma visita guiada focada em muitas das questões e problemáticas que tem vindo a encontrar pelo país.
+
Quinta da Ervamoira II
Na Quinta da Ervamoira são produzidas parte das uvas que são usadas para fazer o vinho Duas Quintas da Ramos Pinto. Esta vinha foi plantada pelo enólogo João Nicolau de Almeida, usando um método até então nunca utilizado em Portugal, o das vinhas ao alto, em que as vinhas são plantadas na vertical em relação ao declive. Esta técnica expandiu-se pelo Douro, acarretando no entanto problemas de erosão dos solos.
+
Cuba de Granito
Tivemos a oportunidade de visitar a adega do Mateus Nicolau de Almeida, produtor de vinhos biológicos e naturais do Douro. Entre as muitas experiências que este produtor faz na sua prática, está esta cuba escavada num bloco de granito. Curiosamente, e apesar das grossas paredes, durante o processo de vinificação é possível ver algumas escorrências o que demonstra a permeabilidade da rocha.
+
Microclima
O vale do Côa é uma região de grandes amplitudes térmicas, incluída na Terra Quente Transmontana. Os invernos são de características continentais, extremamente frios e secos, e o Verão é extraordinariamente seco e quente com temperaturas muitas vezes, acima dos 40ºC. As trovoadas provocadas pela rápida subida de colunas de ar, são recorrentes no Verão e testemunhámos inclusivamente o início de um incêndio provocado por um raio.
+
Jangada
Montagem da jangada do coletivo Guarda Rios no espaço exterior do museu.
+
Canada do Inferno
Neste outro núcleo arqueológico, o António Jerónimo ajuda a ler o desenho de uma das gravuras.
+
Moldes de gravuras do Tejo
Antes da finalização da construção da barragem do Fratel no rio Tejo no início dos anos 70, um grupo de arqueólogos tentou fazer o levantamento possível do património arqueológico que viria a ficar submerso. As gravuras eram à época registadas em moldes de látex, uma técnica vista por alguns arqueólogos como inadequada. A maior parte destes moldes está depositada no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa.
+
Jangada
Jangada "It´s easier to imagine the apolypse" no contexto da intervenção do coletivo Guarda Rios no museu. Este título parte da frase atríbuida a Slavoj Zizek em que ele diz: "It is easier to imagine the end of the world than it is to imagine the end of capitalism".
+
Xisto
+
Pistácias
Pistacia therebinthus, planta nativa em portugal, enxertada com Pistacia vera. Esta última é a planta da qual provêm os pistácios.
+
Foz da Ribeira de Piscos
A gravura mais emblemática da ribeira de Piscos é a do homem de Piscos, possivelmente uma das primeiras representações de uma ejaculação masculina. A pedra sobre a qual está esta gravura foi recentemente vandalizada por um ciclista que desenhou na rocha uma bicicleta.
+
Grandes Auroques
Nesta superfície vertical de xisto, a arqueóloga mostra-nos gravuras de grande dimensão de vários auroques. Colocam-se várias questões sobre as quais é apenas possível especular, como o porquê da grande dimensão, se teriam alguma função prática e como foi possível fazê-los na posição em que se encontram na rocha.
+
Fórum do Antropoceno
Organizadores e oradores do Fórum do Antropoceno.
+
Rio Côa
Vista sobre o rio Côa entre a ribeira de Piscos e a Penascosa com a quinta da Ervamoira ao fundo. Toda esta paisagem estaria submersa caso a barragem do Côa tivesse sido finalizada.
+
+
+
SONS
Fundo do Côa
✕
Canto nocturno (velocidade 50%)
✕
Gravura precisão
✕
Auroques Xamânicos
✕
Museu do Côa
Vila Nova de Foz Côa
05 Mai 2021—10 Mai 2021
O Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia — CIUHCT convidou o coletivo Guarda Rios a fazer uma intervenção no Museu do Côa no decorrer do Fórum do Antropoceno, uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Museu do Côa no âmbito da presidência portuguesa da comissão europeia.
Para dar resposta a este convite fomos recebidos pela Teresa e o Miguel na Casa dos Primos, na Muxagata, com os quais falámos muitas vezes sobre este território e para o qual nos foram dadas muitas pistas.
No Museu do Côa trabalhámos directamente com a Dalila Correia e pudemos aprender sobre muito do que está implicado neste parque arqueológico com o António Jerónimo e o desenhador Fernando Barbosa. Visitámos as gravuras da Canada do Inferno, da Ribeira de Piscos e da Penascosa e experimentámos várias plataformas flutuantes no rio Côa, na Quinta da Ervamoira.
No decorrer do Fórum do Antropoceno fizémos diversas visitas guiadas à intervenção do coletivo no museu e participamos nas diversas apresentações e debates do evento.
✕
Vale do Côa
Nicolau de Almeida
Penascosa
Penascosa II
Estaleiro da barragem do Côa
Muxagata
Cavalo de PVC
Angueira
Experimentação
Black Company
I´m too sad to tell you
Museu do Côa
Visita guiada à exposição
Gravura por picotagem
Rasto
Plataforma de som
Navegar entre gravuras
Ministro da Ciência e Tecnologia
Quinta da Ervamoira II
Cuba de Granito
Microclima
Jangada
Canada do Inferno
Moldes de gravuras do Tejo
Jangada
Xisto
Pistácias
Foz da Ribeira de Piscos
Grandes Auroques
Fórum do Antropoceno
Rio Côa
