Ambientalistas e investigadores propõem remover barreiras artificiais para impedir extinção da fauna endémica da bacia do Douro

O consórcio Rede Douro Vivo, composto por associações ambientalistas, como o GEOTA (que lidera o projecto) ou a ANP/WWF, e por investigadores das universidades do Porto, Coimbra, Nova de Lisboa, UTAD e Instituto Politécnico de Bragança, tem vindo a alertar para os diversos efeitos nefastos da fragmentação dos rios da bacia do Douro pelas 57 barragens (do lado português) e as mais de 1000 outras barreiras artificiais existentes naquele rio e seus afluentes (ver aqui e aqui). Para além de impedir que sejam transportados sedimentos até ao mar, aumentando a erosão da costa e reduzindo a quantidade de nutrientes necessários para algumas espécies a jusante, aquela fragmentação tem igualmente efeitos negativos em diferentes actividades económicas a montante. O outro grave impacto ambiental das barragens é o desaparecimento de diversas espécies endémicas (como a lampreia, a enguia, a savelha ou o mexilhão-de-rio) e a sua substituição por espécies exóticas invasoras (como o achigã, o lúcio-perca ou o siluro). Os estudos levados a cabo por aquele consórcio identificaram 165 barreiras ou açudes obsoletos em 5 afluentes do Douro, tendo sido criado um ‘ranking’ de 20 candidatos prioritários a remoção que foi submetido pelo GEOTA à Associação Portuguesa do Ambiente em Setembro de 2020 (ver aqui e aqui). A remoção daquelas barreiras permitiria preservar os 175 locais da bacia hidrográfica identificados pelos investigadores onde ainda existem ‘santuários’ de peixes nativos, sobretudo nos rios Tua, Côa, Arda e Paiva.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *